A Polícia Civil localizou seis armas de fogo sem registro na residência do gerente de uma fazenda de Cabeceiras, no Entorno do Distrito Federal (DF), que humilhou um caminhoneiro ao flagrá-lo furtando milho da propriedade às margens da GO-346. O mandado de busca e apreensão foi cumprido na terça-feira (17). Segundo a investigação, o homem teria atirado para o alto antes da gravação do flagrante com o intuito de intimidar o caminhoneiro.
Após o episódio, a polícia analisou o vídeo e constatou que o homem portava uma pistola ao abordar o caminhoneiro. Diante dos fatos, os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência do gerente, onde localizaram uma pistola 9mm, um revólver calibre 32 e quatro espingardas. Um segurança da propriedade foi encaminhado para a delegacia e preso.
As investigações continuam.
Furto de milho
Na filmagem, o gerente mostra um caminhoneiro com trajes de uma empresa e algumas espigas de milho na mão. “Motorista ladrão roubando meu milho. Parabéns, cara. O senhor acaba de ser notificado como ladrão”, diz ele no vídeo.
O caminhoneiro afirma que o gerente está correto e pergunta onde pode deixar as espigas para devolvê-las. O gerente orienta a colocar o milho na carroceria da caminhonete e diz que vai denunciar o caso para a polícia.
“Vou passar para a polícia, mostrar como faz essa ‘goianada’ roubando milho, não tem vergonha na cara, não tem caráter. Que isso sirva de exemplo para todo mundo. Aqui ‘no’ Goiás tem essa mania de roubar as coisas dos outros, então vou educar o pessoal”, relata o gerente.
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Pronunciamentos
Após receber o vídeo, o prefeito de Cabeceiras, Everton Francisco de Matos “Tuta” (PDT), emitiu uma nota de repúdio a respeito da atitude do gerente. “Boa tarde a todos, foi com muita tristeza que recebi o vídeo desse episódio envolvendo o caminhoneiro e o gerente da fazenda Bianco. Logo em seguida, fiz contato com o proprietário da fazenda por não ter o contato do gerente. É inadmissível que uma pessoa se acha no direito de corrigir um erro com exageros e humilhações”, afirmou.
O dono da fazenda, Arno Bruno Weis, também se manifestou e relatou que o milharal sofre prejuízos constantes com furtos. No entanto,afirma que não compactua com comportamentos preconceituosos.
“Já houve casos de pessoas com carga completa de milho em camionetes e pequenos caminhões. Em algumas oportunidades pessoas armadas praticando o furto de milho. Para reduzir os furtos nunca se sabe quem vamos encontrar roubando milho. Porém, é uma atitude injustificável, não apoio comportamentos e atitudes preconceituosas como as proferidas pelo gerente”, diz Weis em nota.