O ditador venezuelano Nicolás Maduro anunciou que o Natal será celebrado em 1º de outubro, em vez da data tradicional de 25 de dezembro. Em um pronunciamento transmitido pelo canal estatal Globo Visión, Maduro justificou a mudança como um ato de agradecimento ao povo venezuelano: “É setembro e já cheira a Natal. Este ano, em homenagem a vocês, em agradecimento a vocês, vou decretar o adiantamento do Natal para 1º de outubro. O Natal chegou para todos e todas, com paz, felicidade e segurança.”
Essa não é a primeira vez que Maduro antecipa a celebração do Natal. Em 2020, a data foi movida para 14 de outubro e, no ano seguinte, para 4 de outubro, supostamente devido à pandemia. Observadores interpretam a decisão como uma manobra política para desviar a atenção da crise política que assola o país desde o anúncio dos resultados eleitorais em julho.
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No mesmo dia do anúncio do adiantamento do Natal, o principal candidato da oposição, Edmundo González, foi preso sob acusações de terrorismo. González era o principal desafiante da vitória de Maduro, contestada pela oposição, que questiona a legitimidade dos resultados eleitorais.
Nos meses que antecedem o Natal, o governo de Maduro costuma aumentar a distribuição de auxílios, como cestas básicas através dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), o que contribui para sua popularidade em meio à crescente insatisfação e protestos.
A posse de Maduro para seu terceiro mandato está marcada para 10 de janeiro, em meio a fortes críticas e pressões internacionais. Desde 28 de julho, quando foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral, a oposição, liderada por María Corina Machado e González Urrutia, rejeita os resultados, apresentando evidências de que a vitória foi, na verdade, da oposição.
Um estudo da Universidade de Michigan, em parceria com um relatório da ONU, questionou a transparência das eleições, indicando que os números favoreciam a oposição. Como resultado, países como Argentina, Estados Unidos e membros da União Europeia não reconhecem a legitimidade do novo mandato de Maduro.
A prisão de Edmundo González é vista como o auge do autoritarismo de Maduro, que enfrenta crescente isolamento internacional e a promessa da oposição de continuar pressionando pela não legitimação de seu governo a partir de janeiro. Atualmente, a Venezuela vive um clima de repressão, com 1.780 presos políticos, incluindo cerca de 100 crianças e adolescentes, um recorde na história do país.
Escrito e publicado por: Badiinho Moisés/Com informações do site Brasil Paralelo