Em Catalão, Mônica Monteiro de Castro, mãe de Pedro Henrique de Castro Aguiar, de 4 anos, busca na Justiça o fornecimento de um remédio à base de canabidiol para tratar as convulsões do filho. Pedro foi diagnosticado com duas síndromes genéticas raras, que podem causar até 200 convulsões diárias, e o tratamento custa cerca de R$ 6 mil mensais, valor que a família não consegue arcar.
“Vou lutar pelo meu filho até o fim, até quando eu tiver força”, declarou a mãe emocionada. Segundo Mônica, os episódios epiléticos começaram aos três meses de vida. Em uma madrugada, ela encontrou o filho roxo e com os olhos saltados, correndo com ele ao hospital, onde inicialmente suspeitaram de um problema estomacal. Após novos episódios, um gastroenterologista identificou que Pedro era epilético, dando início a uma série de consultas e tratamentos em busca de um diagnóstico.
Depois de passar por 18 especialistas, Mônica foi orientada a realizar o exame de exoma, que revelou as síndromes FTT3A e SCN8A, esta última responsável pelas convulsões. Diversos tratamentos foram tentados sem sucesso, até que um médico indicou o canabidiol, que trouxe melhorias significativas.
Desde janeiro de 2024, Pedro vem usando o canabidiol, reduzindo suas crises para um controle estável. A família, com ajuda do Ministério Público, solicitou ao governo estadual a aquisição do remédio. Apesar de uma liminar favorável emitida pelo MP, o estado ainda não cumpriu a decisão, levando o caso ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). Em 26 de outubro, o TJ-GO emitiu parecer favorável, ordenando o bloqueio de bens do secretário de Saúde do Estado para garantir o cumprimento da medida.
O governo estadual informou que a aquisição do medicamento foi registrada e que, após os trâmites legais, o remédio será distribuído pelo Centro Estadual de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa (Cemac JB).
Mônica também solicitou a aposentadoria por invalidez ao INSS para ajudar nos custos do tratamento, mas a resposta foi negativa em três tentativas.
A mudança para a cidade de Catalão foi necessária para garantir acesso rápido ao socorro médico, enquanto o pai continua trabalhando na zona rural. Mônica faz marmitas para complementar a renda e busca apoio nas redes sociais. “Vou para a rua, peço na internet, porque ele não pode ficar sem o remédio. Ele é muito pequeno, muito inocente”, desabafou.
Além das convulsões, Pedro nasceu com uma má-formação nos pés, o que demandou cirurgias e gessos desde bebê. Apesar dos desafios, ele é descrito pela mãe como uma criança ativa, inteligente e muito carismática.
Nota da SES-GO
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informou que recebeu a decisão judicial e que o processo de aquisição do medicamento está em andamento. A dispensação será realizada assim que os trâmites legais forem concluídos, por meio do Centro Estadual de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa.
Escrito e publicado por: Badiinho Moisés/Com informações da TV Anhanguera – G1 Goiás