O jovem Marco Antônio Mariano, de 24 anos, é um exemplo de determinação e superação. Surdo e com paralisia cerebral, ele conquistou uma vaga no curso de Ciências da Computação na Universidade Federal de Catalão (UFCAT) por meio do Sistema de Seleção Unificada (SISU). Seu sonho? Tornar-se desenvolvedor de games e, quem sabe, trabalhar na Nintendo.
Desde pequeno, Marco sempre demonstrou interesse por jogos eletrônicos. Por isso, decidiu transformar essa paixão em profissão. “Sempre tive vontade de desenvolver games, tanto para ouvintes quanto para surdos”, explicou o estudante durante entrevista à Rádio Cultura FM. Além disso, ele vê na tecnologia uma ferramenta essencial para a inclusão da comunidade surda.
No entanto, sua trajetória até aqui não foi fácil. “Não é fácil. Existem muitas barreiras, mas nunca devemos desistir”, destacou. Nesse sentido, sua maior inspiração vem de Luffy, personagem do anime One Piece, conhecido por sua persistência inabalável.
O apoio da família e a luta pela inclusão
A jornada de Marco Antônio só foi possível graças ao apoio da família, principalmente de sua mãe, Cléria Martins Lino. Nos primeiros anos de vida, a comunicação era um grande desafio. “Até os cinco anos, não conseguíamos nos comunicar. Foi quando percebi que ele estava criando seus próprios sinais para expressar ideias”, contou Cléria. Dessa forma, a família percebeu a necessidade de aprender Libras (Língua Brasileira de Sinais), o que permitiu que Marco desenvolvesse sua comunicação e autonomia.
Posteriormente, ele frequentou diversas escolas, mas sua experiência mais marcante ocorreu em uma instituição bilíngue para surdos em Angra dos Reis (RJ). “Lá, ele se sentiu parte da comunidade. Todos, desde professores até funcionários, se comunicavam em Libras”, relembrou a mãe. Com isso, ele pôde se desenvolver de maneira mais rápida e eficiente.
A importância da acessibilidade na educação
Para a professora de Libras e pesquisadora da UFCAT, Cássia Mariano de Souza, a história de Marco Antônio reforça a necessidade de políticas educacionais mais inclusivas. “Hoje, muitas crianças e jovens surdos ainda não encontram nas escolas o suporte adequado. Por isso, a trajetória do Marco é uma inspiração e um exemplo de que a educação acessível transforma vidas”, destacou.
Agora, Marco Antônio se prepara para enfrentar os desafios da graduação e sonha alto. “Meu objetivo é criar jogos e, um dia, trabalhar na Nintendo”, disse, determinado. Em resumo, sua jornada prova que a inclusão é fundamental para que mais jovens consigam alcançar seus sonhos, independentemente das barreiras que encontrem pelo caminho.
