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Justiça condena Marconi por simular idas a velórios para usar aviões do Estado

O ex-governador de Goiás e atual presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, foi condenado por improbidade administrativa após a Justiça comprovar o uso indevido de aeronaves do Estado durante a campanha de 2006. Perillo alegou que usava os aviões para comparecer a velórios de interesse público, mas uma investigação revelou que as viagens foram realizadas com fins eleitorais. A decisão foi assinada pelo juiz Rodrigo Rodrigues de Oliveira e Silva, da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual, no último dia 28 de janeiro.

A fraude revelada

Perillo afirmou à Justiça que usava as aeronaves do Estado para atender a velórios com suposto interesse público. No entanto, a investigação apontou que as viagens ocorreram para cidades fora de Goiás e estavam ligadas a reuniões partidárias e eventos eleitorais. O juiz ressaltou que as viagens foram para o Rio de Janeiro (RJ), Cuiabá (MT) e Brasília (DF), e estavam claramente associadas a interesses políticos, desmentindo a versão de interesse público. Além disso, a sentença enfatizou que o ex-governador usou recursos públicos para fortalecer sua base política e tentar angariar votos. O juiz afirmou que a justificativa de velórios não foi convincente, uma vez que as viagens ocorreram em pleno período eleitoral e em localidades distantes de Goiás.

Sanções e ressarcimento

Como consequência da condenação, Marconi Perillo deverá ressarcir os cofres públicos em R$ 9,1 mil, referente ao uso indevido das aeronaves. Ademais, Sebastião Vaz, ex-chefe do Gabinete Militar, também foi condenado a devolver R$ 3,9 mil. As sanções mais severas, como perda de direitos políticos, foram consideradas prescritas e não foram aplicadas neste caso. Por outro lado, essa decisão destaca a importância de responsabilizar os agentes públicos pelo uso indevido de recursos.

Operação Panaceia e mais investigações

A condenação de Perillo ocorre em meio a um momento de pressão crescente sobre o ex-governador. Recentemente, ele se tornou alvo da Polícia Federal na Operação Panaceia, que investiga desvios de recursos do SUS na Secretaria de Saúde de Goiás durante sua gestão. Para ilustrar, a operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em Goiânia e Brasília e envolveu 46 policiais federais, além de servidores da Controladoria-Geral da União (CGU). A Justiça também determinou a quebra do sigilo bancário de Perillo, de sua esposa, Valéria Perillo, e de suas filhas. Portanto, a situação de Marconi Perillo segue em um momento de grande volatilidade e pressão legal.

Impacto da condenação

A decisão contra Marconi Perillo marca um importante passo no combate ao uso indevido de recursos públicos em campanhas eleitorais. Além disso, ela destaca a importância de garantir a transparência na administração pública e coibir abusos de poder. A investigação também reforça a necessidade de maior fiscalização do uso de recursos públicos, especialmente em tempos eleitorais, quando o risco de manipulação de recursos aumenta significativamente. Consequentemente, o caso se tornou um símbolo de luta pela ética política e pelo cumprimento das normas que regem o uso de recursos públicos.

Apesar de ser condenado, Perillo ainda pode recorrer da sentença. Entretanto, o caso segue sendo acompanhado de perto pelas autoridades e pela opinião pública, refletindo o esforço contínuo por justiça e ética na política brasileira.

Maria Eduarda Furtado
Maria Eduarda Furtado
Graduanda em Letras Português/Inglês pela UFCAT, editora e redatora da empresa Badiinho Publicidades e produtora de jornalismo da emissora de rádio Cultura 101.1 FM, em Catalão (GO).

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