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MEC confirma: UFG será gestora da UFCAT e UFJ

UFCAT (Foto: Bárbara Zaiden)


Segundo o Ministério da Educação (MEC) a UFG será tutora das novas universidades Federal de Jataí (UFJ) e Federal de Catalão (UFCAT). As informações foram confirmadas pela Assessoria de Comunicação Social. O reitor da UFG, professor Edward Madureira Brasil, já havia apontado essa possibilidade em reunião com os docentes da UFCAT e a diretoria do Adufg-Sindicato, no dia 27 de abril.

O MEC ainda confirmou as informações dadas pelo reitor e pela vice-reitora, Sandramara Matias. Afirmou ao JP que tem dialogado com as universidades tutoras, que vão assinar um Termo de Cooperação para estabelecer o processo de tutoria. O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão precisa liberar essas funções. Só depois o MEC fará a nomeação de reitor e vice-reitor pro tempores.

“A nomeação dos reitores pró-tempore precisa seguir o que diz a legislação, sendo prerrogativa do ministro de Estado da Educação. No entanto, essa nomeação ocorre para que possa haver o processo de eleição do primeiro reitor efetivo, o que será feito dentro da autonomia da instituição e a participação da comunidade acadêmica”, afirma a assessoria do ministério.

“A primeira informação que tivemos é que UFG seria tutora. A intenção da reitoria é cooperar de forma mais transparente possível. A universidade tutora tem um papel que diz respeito aos processos administrativos e acadêmicos e, para isso, é construído um termo ou protocolo de cooperação entre as duas universidades definindo responsabilidades de cada um. […] A tutora não intervém na autonomia da nova universidade”, diz a vice-reitora Sandramara.

Durante o processo de estruturação dessas instituições, a universidade tutora guia as novas universidades e fornece o auxílio necessário para a organização administrativa e burocrática. Atualmente, outras três universidades foram criadas: Universidade Federal do Delta do Parnaíba (Piauí), Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Garanhuns, Pernambuco), Universidade Federal de Rondonópolis (Mato Grosso), todas a partir de desmembramento de campus.

O MEC informou que, assim como em Goiás, as demais instituições serão tutoriadas pelas instituições de origem. Em Catalão a reunião será em junho.


Falta diálogo

Na semana anterior à reunião com reitor, em Jataí, durante o evento Mais Sindicato, promovido pelo Adufg-Sindicato, os professores reclamaram da falta de diálogo entre a reitoria e a comunidade acadêmica, que, segundo eles, não foi ouvida.

“Os professores reclamaram que não estavam sendo oficialmente informados sobre o processo. As notícias vinham somente de conversas informais, de que reuniões estavam sendo realizadas pelo ‘grupo gestor’ mas sem a participação da comunidade”, afirmou o diretor de Assuntos Interinstitucionais do Adufg Sindicato e professor da UFJ, Luis Contim.

Por isso, foi necessário que o sindicato fizesse o intermédio entre a UFJ e a UFG.  “O que todos nós temos passado é isso de ouvir conversa de corredor, que muito nos assusta. Claro que são boatos, mas a gente ouve ‘fulano vai ser pró-reitor’. A as informações estão chegando dessa maneira”, contou a professora Ludmilla Maia durante o Mais Sindicato.

Na reunião do dia 27 o reitor se defendeu, afirmou que as informações de reuniões não teriam sido devidamente repassadas à comunidade, mas que isso não significava falta de transparência. Disse, ainda, que promoveu um evento com os chefes das unidades, que deveriam estender o convite ao restante da comunidade. Segundo os professores, isso não ocorreu.

Edward ainda disse que acompanhou o processo de escolha da universidade tutora no MEC. Segundo ele, com isso o processo de implantação da UFJ seria mais simples e rápido, finalizado em dois anos. Afirmou que sugeriu ao Ministério que os atuais diretores de Jataí e Catalão fossem indicados como reitores pro tempore por terem sido eleitos pela comunidade e estarem a par da realidade das novas instituições.

“Esse processo em Jataí poderia ter sido conduzido de outra forma, com mais transparência para a comunidade acadêmica, que é o desejo de todos. Muitos falam de rumores sobre a gestão pro tempore já ter sido indicada. Existe a necessidade de maior transparência e diálogo. Se queremos um Brasil melhor, precisamos começar pela universidade”, disse o presidente do Adufg-Sindicato, Flávio Alves da Silva.

Contudo, o professor compreende que isso pode facilitar na adaptação de muitos processos, pois a nova universidade não precisa seguir à risca o mesmo modelo da instituição tutora, mas com ressalvas: “Estou realmente muito preocupado com o que vai acontecer na UFJ”.

A professora Cecília Moreira, do Curso de Medicina Veterinária, enfatizou o empenho dos docentes nesse processo. “Nosso estatuto e regimento será escrito com a participação de cada um de nós. Só aproveitaremos o que for bom [da UFG]. Vamos buscar outras universidades pra conhecer diferenças. Teremos tempo pra isso”, disse.

A diretora de Convênios e Assuntos Jurídicos do sindicato, Ana Christina Kratz, lembrou a importância da mobilização da comunidade acadêmica nesse processo. “Um dos papéis do sindicato é ajudar a mobilizar, mas ele não faz sozinho. Nós assumimos o compromisso de mobilizar, mas não de ser a mobilização”, disse Ana Christina. O diretor Financeiro do sindicato, Thyago Marques, destacou que é importante que os docentes já tenham em vista as propostas concretas que se quer para a nova universidade.

Escrito por: Redação/Fonte: Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg)

Fotos: Ascom Adufg/Reprodução

Badiinho Filho
Badiinho Filho
Blogueiro há 15 anos, proprietário da empresa Badiinho Publicidades, e também repórter de rádio e televisão na emissora Cultura FM 101,1, em Catalão-GO.

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