A Polícia Civil de Araguari apresentou, nesta quarta-feira (9), novas informações sobre a investigação do grave acidente que matou 11 pessoas na MG-223, entre Araguari e Tupaciguara. Desde as primeiras horas após a tragédia, as autoridades intensificaram os trabalhos no local e nos institutos de perícia.
O delegado Dr. Luciano Alves explicou que os investigadores agiram rapidamente. Peritos e legistas iniciaram os procedimentos ainda no local do acidente, onde recolheram provas técnicas e ouviram testemunhas. Além disso, os exames de necropsia foram realizados imediatamente. Com base nesse material, a Polícia espera concluir o inquérito dentro de 30 dias.
Motorista revelou o que viu
O motorista, de 58 anos, afirmou que perdeu o controle do ônibus após enxergar um vulto ou reflexo na pista. Segundo ele, o trajeto fazia parte de sua rotina semanal. Com 32 anos de experiência, ele prestou depoimento e, em seguida, foi liberado pelas autoridades.
Polícia exige documentos da empresa
A Polícia Civil notificou a empresa de transporte para apresentar informações sobre o itinerário, as condições do veículo e os dados de rastreamento. Até agora, a empresa enviou apenas a lista de passageiros. No entanto, ainda precisa encaminhar documentos técnicos complementares. De acordo com o delegado, o ônibus — fabricado entre 2019 e 2020 — estava em situação regular.

Identificação das vítimas segue com agilidade
Até o momento, os peritos já identificaram cinco vítimas por meio de impressões digitais. Além disso, familiares reconheceram outras três. No entanto, a liberação de três corpos aguarda confirmação oficial do Instituto de Identificação. A Polícia prefere agir com total cautela para evitar qualquer erro durante esse processo.
As vítimas são naturais de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Dez corpos permanecem no Posto Médico Legal de Araguari, e um está em Uberlândia. Conforme os familiares chegam, a Polícia realiza as liberações. Dois corpos já seguiram para sepultamento.
Perícia explica a gravidade do impacto
A equipe pericial revelou que o ônibus tombou e se arrastou por vários metros, o que provocou ferimentos gravíssimos. A maior parte das vítimas ficou presa sob o veículo. Por isso, os resgates exigiram o uso de equipamentos pesados para destombar a estrutura e acessar os corpos.
Como os corpos apresentavam lesões severas, os peritos priorizaram a identificação digital. Durante a madrugada, o Instituto de Identificação de Belo Horizonte enviou os primeiros laudos. Esse resultado rápido só foi possível devido à força-tarefa organizada pela Polícia Civil.
Conclusão deve sair nos próximos dias
Mesmo com as dificuldades enfrentadas, a Polícia Civil continua empenhada em esclarecer todos os detalhes do acidente. O delegado afirmou que uma nova coletiva de imprensa acontecerá nos próximos dias. Nessa oportunidade, ele deve apresentar o relatório final. Enquanto isso, reforçou o pedido de paciência e garantiu o comprometimento da corporação com a verdade e o respeito às vítimas.
Contribuiu com essa matéria, Lucas Thiago, jornalista em Araguari-MG.