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Nota da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil

Escrito por: Badiinho Filho

A Associação Cidadania e Direitos Humanos de Goiás, através de Cris Stefanny, presidente da ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil, emitiu uma noto repudio devido os índices assustadores de violência praticados contra as pessoas Travestis e Transexuais em todo o país. A nota é direcionada ao caso de uma Travesti morta a tiros nas margens da BR 050, próximo a um posto de combustíveis, na quarta-feira, 23, da semana passada, a qual, segundo informações da PM, tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

Na nota foi emitida e enviada para a nossa redação na última sexta-feira, 23 de setembro.

Leiam a nota abaixo;

NOTA CIRCULAR nº 0001/2015 – Presidência – 2012/2016

A Mídia e Meios de Comunicação Local e Nacional.

Prezado (as) jornalistas, editores, redatores(as) de mídia impressa e virtual, sou Cris Stefanny, presidente da ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil.

Tomo a iniciativa de encaminhar esta Nota Circular com a certeza que nos aproximamos ao repudiar os índices assustadores de violência praticados contra as pessoas Travestis e Transexuais no Brasil. A brutalidade e covardia motivadas pela TRANSFOBIA: (ódio, aversão, repulsa, agressões físicas, psicológicas e verbal) promovem a negação, usurpação e tolhimento de direitos, além de engrossar cotidianamente as estatísticas de homicídios praticados, sobretudo, por uma parcela doentia da sociedade identificada como “pity boys”, assim como pelos supostos clientes que procuram travestis e transexuais para programas sexuais.

Entendo que os meios de comunicação são de suma importância para o esclarecimento e a educação da sociedade. Esta convicção faz de nós parceiro/as sem reservas da imprensa brasileira quando se trata de divulgar tais violências e de colaborar com o jornalismo investigativo na busca dos responsáveis por tais crimes. No entanto, não podemos nos omitir o fato de não raro, a imprensa colaborar para reforçar os estigmas e, consequentemente, a violência contra Travestis e Transexuais nas vezes em que se refere a nós no gênero masculino. Nossa identidade de gênero é FEMININA, pois mesmo que por nascença nosso sexo seja masculino, nos apresentamos socialmente vinculadas ao gênero FEMININO.

Todas as vezes que a imprensa reforça o termo “masculino” para se referir a nós intensifica os estigmas, os preconceitos e a discriminação, definindo a mulher a partir da exclusividade decorrente do órgão genital, sem levar em consideração a sua essência e a construção social a ela associada.

Solicito, em nome de uma parcela significativa da população, que os/as redatores/as e os/as responsáveis pelos meios de comunicação impressos, televisivos e/ou digitais incorporem em suas matérias o artigo feminino ao se referirem às Travestis e Transexuais. Com esta providência, além de qualificar o conteúdo da informação disponibilizada ao grande público, estarão contribuindo para atenuar e/ou reverter os índices de criminalidade e de exclusão social praticados contra nós, Travesti e Transexuais.

Conto com o respeito de todos/as com relação a nossa Identidade de Gênero: feminina. Portanto, sempre ao redigirem matérias que envolvam Travestis e Transexuais recorram ao gênero feminino (AS TRAVESTIS, DAS TRAVESTIS, A TRAVESTI, UMA TRAVESTI). A aplicabilidade do gênero masculino só se justifica nos casos em que a referência do sexo biológico é feminina, mas a identidade social é masculina.

Agradeço a ampla divulgação desta Nota Circular junto aos seus funcionários/as.

Atenciosamente.

Cristiane Stefanny

Presidente da ANTRA

Badiinho Filho
Badiinho Filho
Blogueiro há 15 anos, proprietário da empresa Badiinho Publicidades, e também repórter de rádio e televisão na emissora Cultura FM 101,1, em Catalão-GO.

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