A Petrobras anunciou ontem terça-feira (26/01) o reajuste da gasolina e do diesel. Os aumentos de 5,05% e 4,98%, respectivamente, começam a valer nesta 4ª feira (27). Este já o segundo aumento do ano no valor da gasolina. O combustível terá aumento médio de R$ 0,10, ou seja, o preço médio por litro de gasolina será de R$ 2,08 para as distribuidoras. Já o diesel sofre o 1º reajuste do ano, passando de R$ 2,02 o litro para R$ 2,12.
O aumento se dá a poucos dias de uma possível paralisação por parte dos caminhoneiros marcada para 1º de fevereiro. Parte deles reivindica, justamente, o fim da política de paridade de preços com o mercado internacional praticada pela Petrobras. As importadoras, por outro lado, reclamam de defasagem no preço do diesel em relação ao mercado externo.
Pensando nisso, o Ministério da Economia já tem pronta uma medida para conter o aumento do diesel nas bombas: deve reduzir a cobrança de PIS/Cofins sobre o combustível e, assim, manter o preço final igual para os caminhoneiros.
Como não pode baixar a alíquota do PIS/Confins de um determinado setor e assumir uma queda de receita, o governo estuda aumentar a taxa de automóveis adaptados para deficientes que custem mais de R$ 70.000. Isso porque a Receita Federal descobriu que havia pessoas com deficiência comprando BMWs para fazer a adaptação e, assim, não pagar o imposto devido. Carros mais simples continuarão com a isenção nesses casos.
No Ministério da Infraestrutura, a percepção é de que a chance de greve dos caminhoneiros é pequena. Por três razões:
-transportadoras: não apoiariam a manifestação, diferentemente do que ocorreu em 2018;
-repetição: nas contas do governo, essa é a 13ª ameaça de paralisação desde a posse de Bolsonaro;
-desarticulação: o movimento está dividido e os protestos tendem a ser pontuais.
Ainda assim, o governo já adotou pelo menos outras duas medidas para aplacar os ânimos da categoria: zerou o imposto de importação de pneus e incluiu o grupo entre os prioritários para vacinação contra covid-19.
Na nota (26 KB) em que anuncia o aumento no preço dos combustíveis, a Petrobras lembra –como faz sempre que anuncia reajustes– que o repasse do aumento não será imediatamente cobrado ao consumidor final nos postos de combustíveis. Depende da margem da distribuição e revenda, além dos impostos e da adição obrigatória de etanol anidro –mistura da solução final da gasolina.
A companhia alega ainda que, “segundo dados do Global Petrol Prices, em 18/01/2021, o preço médio ao consumidor de gasolina no Brasil era o 56º mais barato dentre 166 pesquisados, estando 17,8% abaixo da média de US$ 1,05 por litro. Já o preço médio de diesel ao consumidor no Brasil era o 42º mais barato dentre 165 pesquisados, estando 26,7% abaixo da média de US$ 0,95 por litro”.
Escrito por: Redação/Poder 360