Catalanos, vocês já imaginaram o quanto de história tem a atual Avenida 20 de agosto! Antes Guimarães Natal, rua da alegria, rua do comércio, avenida Goiânia. Vários nomes, vários tempos, vários acontecimentos.
Essa avenida Sempre foi a artéria principal de nossa cidade. Por ela circulou e circula o sangue do progresso, da cultura e da história. Por ela flui Sempre milhares de idas e vindas; soluções e resoluções. Por ela os catalanos vão e vêm, e muita das vezes não percebem nas casas e nas fachadas comerciais o quanto ela mudou. Hoje rua moderna, de concreto, ferro e vidro, antes de Adobe, telhas comuns e terra batida.
Tanto antes, quanto agora, cada tijolo, telha, vidro, portas e janelas, registraram e registram memórias de uma Catalão de 299 anos de história e 161 anos de cidade constituída e emancipada.
Catalão iniciou- se em 1722, 04 anos antes da cidade de Goiás, que fora capital do estado, e nossas construções , principalmente da avenida 20 de agosto, se assemelhava, e muito, aos da velha capital. Onde estão elas!? Poucas restaram, percebia – se que Catalão seguia estilos para construir, como nas outras cidades brasileiras. Eram vários estilos: coloniais, portugueses, holandeses, alemães, italianos, franceses (ART noveau e ART Deco).
Para que melhor reconheçamos o quanto essa avenida mudou e marcou a vida de nossa cidade, imaginemos o quarteirão central da Avenida da praça Getúlio Vargas à papelaria Escolar. A praça tem muito a nos contar em histórias acontecidas em seus bancos, calçamento e no coreto.
Muitos sabem, outros não, que foi na praça Getúlio Vargas, que também tivera vários nomes, mas isso é ponto para outros escritos, que decisões políticas, econômicas, culturais, sociais, namoros, encontros e recreações aconteceram e marcaram época e transformara Catalão.
No coreto, construído no mandato do intendente Augusto Netto, na década de 30, que se apresentou por muito tempo a magnífica e afinada Banda do João do Piraih.
E na praça há também um monumento colocado em 1946, em homenagem a todos os pracinhas catalanos que lutaram na II grande guerra Mundial, em especial ao pracinha Aldemar Ferrugem, morto em combate. E que também foi nela que em 16 de agosto de 1936, várias catalanos alí se reuniram para tratar do linchamento do poeta e farmacêutico, hoje mártir catalano, Antero da Costa Carvalho.
Do outro lado da rua, em frente à praça, onde hoje está Felicidade , farmácia de manipulação, existia uma construção que trouxera muita alegria e glamour aos encontros festivos, sociais e culturais da nata catalana da época. Quem não se lembra, ou fez parte daqueles tempos áureos do velho clube do Crac.
Logo a frente, na esquina existia a velha loja, Empório Goiás, do Sr William Tartucci ( hoje ótica Diniz), este que também foi o responsável pelo sistema público de som entre as décadas de 40 e 50, da avenida que alegrava os jovens daqueles tempos com músicas, recadinhos românticos, encontros marcados e anúncios.
No final do quarteirão, em frente a papelaria Escolar há uma residência que todos os catalanos deveriam conhecer e saber sobre ela, a casa de número 1182, onde em 1851 residiu nela, aproximadamente com 15 anos de idade, o poeta Luiz Nicolau Fagundes Varela, e entre 1861 a1863 , nada mais, nada menos, que Bernardo Joaquim da Silva Guimarães,um dos maiores escritores brasileiros quando aqui exerceu o cargo de juiz municipal e de órfão.
Quem passa pela avenida poderá ver essas informações em uma placa colocada a direita da porta de entrada. Hoje ela matem poucas características da época, sendo preservada somente sua fachada.
Neste curto espaço vimos o quanto as paredes de nossas velhas casas e construções nos contam muito de nossa história. Ao sairmos para passearmos ou para fazer compras por essa Avenida centenária, que possamos e saibamos ver, ouvir e sentir o que suas velhas e novas construções tem a nos contar dessa velha e matriarca Avenida.
O artigo foi escrito por José Francisco da Silva, formado em letras pela UFG, hoje UFCAT, natural de Catalão e apaixonado pela sua terra natal. Pesquisador da história de Catalão, contador de histórias e devorador de livros. Professor concursado na rede municipal, foi assessor geral da Fundação Cultural Maria das Dores campos, primeiro diretor do museu histórico municipal Cornélio Ramos, tutor da secretaria municipal de educação, diretor do CMEI Alba Mathias mesquita e atualmente coordenador e responsável pela sala de leitura da escola municipal Nilda Margon Vaz.
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Publicado por: Badiinho Filho