Até o final da tarde desta quarta-feira (10), já haviam sido cumpridos 56 dos 70 mandados de prisão expedidos no âmbito da Operação Sintonia Goiás. Destes, 34 foram contra integrantes de facção criminosa que já estão presos em Além disso, foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão e durante a operação foram realizadas três prisões no local, com apreensão de drogas, armas, celulares e documentos com anotações ilícitas. Em Catalão, ao menos três prisões foram efetuadas.
A operação, conduzida pelo Ministério Público (MPGO) por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenação de Inteligência e Segurança Institucional (CSI), faz parte de um esforço coordenado envolvendo outros 12 estados pelo Grupo Nacional de Combate à Crime Organizado (GNCOC) – grupo do Ministério Público brasileiro.
Em entrevista coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (10) na sede do Ministério Público, foi esclarecido que, em Goiás, mais mandados foram cumpridos devido ao trabalho conjunto de diversas forças de segurança.
Rodney da Silva, coordenador do Gaeco, afirmou que ainda há muitos fatos sendo investigados dentro da operação, pois dizem respeito à atuação da maior facção criminosa da América Latina, presente em todos os estados brasileiros e em pelo menos outros 20 países. Ele acrescentou que as investigações não se limitam apenas à maior facção, mas também abrangem outras que atuam em Goiás. Segundo Rodney da Silva, apenas restringir a liberdade dos membros desses grupos não é suficiente para coibir suas ações. “Não podemos continuar num jogo de gato e rato. É preciso desestabilizar os recursos financeiros dessas organizações criminosas”, avaliou.
A maior facção criminosa da América Latina atua em 21 municípios goianos, segundo Rodney da Silva. Entre os municípios identificados estão Goiânia, Aparecida de Goiânia, Guapó, Catalão, Três Ranchos, Itumbiara, Panamá, Morrinhos, Caldas Novas, Jataí, Mineiros, Planaltina de Goiás, Formosa, Novo Gama, Uruaçu, Mara Rosa, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Quirinópolis, Edeia e Jaraguá.
Leandro Militão, gerente de segurança da Polícia Penal, acredita que a disseminação das atividades das facções em Goiás se deve à logística e à localização geográfica do estado. Ele acredita que o sucesso das práticas criminosas dentro dos presídios também é atribuído à atuação de familiares, visitantes e advogados, que acabam por carregar e trocar informações com os presos.
Segundo Paulo Parizotto, procurador de Justiça que coordenou a Operação Sintonia Goiás, as investigações revelaram que o objetivo da facção criminosa é sua expansão e disseminação no interior do estado, como evidenciado pela descoberta de planilhas contendo o cadastro de centenas de integrantes recrutados, principalmente dentro do sistema prisional.
Os integrantes do esquema estão envolvidos em vários tipos de crimes, como homicídios, confrontos com a polícia, tráfico de drogas e crime organizado. Segundo Parizotto, a facção criminosa tem ainda um estatuto que regulamenta e estabelece direitos e obrigações para seus integrantes “batizados”.
Além das personalidades citadas, a coletiva de imprensa contou com a presença dos procuradores Marcelo Borges Amaral e Diego Osório Cordeiro, ambos integrantes do Gaeco; Rodrigo Mendes, Gerente de Operações de Planejamento da Polícia Civil; Marcelo Aires, Superintendente de Polícia Judiciária da Polícia Civil; Thiago Ferreira, Gerente de Inteligência da Polícia Penal, e o Tenente Coronel Wallace Moraes, da Polícia Militar.”
Publicado por: Badiinho Moisés
