O município de Ipameri, a 60 quilômetros de Catalão, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semma) está disponibilizando, de forma gratuita à população, um medicamento para evitar que cães e gatos entrem no cio. De acordo com o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-GO), que enviou um comunicado à Semma em decorrência da medida, a prática não é recomendada.
Segundo o Conselho, o medicamento só deve ser administrado sob prescrição veterinária, após avaliação do animal, por conta dos efeitos colaterais acarretados e também sua finalidade.
Para o CRMV_GO, muitos tutores utilizam o produto de forma indiscriminada para evitar gestações indesejadas dos animais ou para que não haja o cio. A entidade alerta para os riscos.
“A exposição dos animais a elevadas doses de hormônios pode aumentar a chance de desenvolvimento de câncer e nascimento de filhotes com deformações. Além disso, pode acarretar infecções uterinas, podendo levar o animal à morte”, destacou, em nota.
O CRMV explica ainda que não pode chamar o medicamento de vacina e que ele não deve ser utilizado em animais domiciliados e nem não-domiciliados, ou seja, abandonados. “A denominação de “vacina” ou termo de “vacinação” é indevida, pois não se trata de um imunizante para os animais, e sim um hormônio, sendo um análogo sintético da progesterona”, ressaltou.
Legislação
Segundo informou o CRMV-GO, ainda com relação ao medicamento, está em tramitação, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 4853/2020, que proíbe a comercialização e uso de medicamentos anti-cio em todo o território nacional.
Ainda de acordo com a entidade, para a realização de controle e manejo das populações de cães e gatos, há diversas estratégias que podem ser adotadas, a exemplo do que a Lei nº 13.426/2017, que estabelece política de controle da natalidade de cães e gatos, mediante esterilização permanente, devendo o município estabelecer suas políticas sobre o assunto.
À TV Anhanguera, a Prefeitura de Ipameri, por meio da Semma, informou que a referida medida foi “emergencial, até que que seja feita a castração dos animais”.
Publicado por: Badiinho Moisés/Texto: Maira Dal Bosco – Jornal O Popular