Diferença chega a R$ 114 no quilo do bacalhau; chocolate registra alta de 16%
Pesquisa do Procon revela disparidade no preço do bacalhau
Durante a Semana Santa, o Procon de Catalão visitou os cinco maiores supermercados da cidade. O levantamento analisou os preços de produtos mais procurados no período, como o bacalhau e os ovos de Páscoa.
De acordo com Marcos Antônio Mendes, assessor jurídico do órgão, o valor do bacalhau congelado mais barato foi de R$ 55,99. Em contrapartida, o preço mais alto — referente ao bacalhau a granel — chegou a R$ 169,98. Ou seja, o consumidor pode enfrentar uma diferença de mais de R$ 110.
Essa disparidade, segundo Marcos, ocorre por diversos motivos. O bacalhau congelado, por exemplo, é industrializado, vem embalado e exige refrigeração contínua. Já o tipo a granel possui salga intensa, dura mais tempo e, por isso, costuma ser mais caro.
Diferenças dentro da mesma categoria foram menores
Apesar da diferença significativa entre os tipos, os valores dentro da mesma categoria mostraram mais equilíbrio. No bacalhau a granel, os preços variaram de R$ 149,99 a R$ 169,98. Enquanto isso, no congelado, a variação foi de R$ 55,99 a R$ 62,79.
Portanto, ao comparar itens da mesma categoria, os valores se mantêm dentro de uma margem considerada aceitável. Mesmo assim, o Procon recomenda que os consumidores façam uma boa pesquisa antes da compra.
Ovos de Páscoa encarecem por causa da escassez do cacau
Além do bacalhau, o Procon também analisou os preços dos ovos de Páscoa. Conforme Marcos, o chocolate registrou aumento de 16,55% nos últimos dois meses. Esse reajuste está ligado, principalmente, à queda na produção de cacau nos maiores países produtores, como Costa do Marfim e Gana, que enfrentam problemas climáticos severos.
Além disso, a produção brasileira de ovos de Páscoa também caiu. Em 2024, o país produziu 58 milhões de unidades. Em 2025, a estimativa é de apenas 45 milhões. Como resultado, a menor oferta elevou a demanda e, consequentemente, os preços subiram.
Produção limitada no Brasil influencia nos valores
Outro fator que pressiona os preços é a baixa produção nacional de cacau. Atualmente, o Brasil ocupa a sexta posição no ranking mundial, com apenas 4% da produção global. Por essa razão, o país depende da importação do insumo, o que aumenta o custo final ao consumidor.
Diante desse cenário, Marcos reforçou a importância da pesquisa de preços. Segundo ele, mesmo com os aumentos, é possível encontrar alternativas. “O que era para ser doce, ficou salgado”, afirmou.