Escrito por: Samuel Straiotto – Diário de Goiás
A partir da próxima quarta-feira (13), servidores da rede estadual de ensino entram em greve. A decisão foi tomada pela categoria em assembleia na manhã desta sexta-feira (8). As principais reclamações são: o parcelamento do salário, o não pagamento do piso dos professores em janeiro e dos administrativos em maio.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Goiás (SINTEGO), Bia de Lima se tentou negociação até o último instante, antes de se deliberar para uma greve. Ela avalia que o não pagamento da Data Base para os funcionários administrativos e o parcelamento dos salários pesaram de forma significativa para um movimento paredista.
“Greve a partir de quarta-feira, buscamos negociar, mas não avançou, estamos ainda buscando as negociações, mas efetivamente a proposta é muito ruim. A proposta é que tá sendo apresentada é que pagará o piso a partir de julho, mas o certo é a partir de janeiro como diz a lei. Estamos buscando as negociações, mas efetivamente com este parcelamento de salário e a fala da secretária da Fazenda de que não vai garantir Data Base para os administrativos a situação é muito ruim a não ser chamada greve”, afirma Bia de Lima.
Quanto ao parcelamento de salários, a presidente do Sintego argumenta que no caso da área da educação isto não deveria ocorrer, já que o governo estadual recebe repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).
“Não existe justificativa plausível para parcelamento de salários de professores. Só com o dinheiro do FUNDEB dá pra pagar a folha. Os recursos não poderiam ser gastos com outra coisa”, afirma a presidente.
O integrante do Grupo de Mobilização dos Professores de Goiás, Deiner Faria, acompanhou a assembleia e avaliou que os pontos discutidos vão de encontro as necessidades atuais dos trabalhadores.
“Hoje os professores do Estado de Goiás numa luta unificada declararam greve para lutarmos pelos nossos direitos que não estão sendo cumpridos. Pedimos que o governo cumpra a lei do piso, que garanta aos trabalhadores, concursos públicos e não as OS nas escolas”, destaca.
Titularidade
Tema de greves passadas, a titularidade voltou a ser tratada pelos profissionais da Educação. Os professores cobram o retorno da titularidade.
“Nós estudamos para nos qualificar. Tenho duas graduações e não sou valorizada em nada. Fiz mestrado em busca de oportunidades. E quando aluno te diz “estudar pra que? ”vou responder o que ?”, analisa a professora Selma Queiroz.
Agenda da Greve
Na próxima quarta-feira (13), está agendada uma reunião da coordenação do Fórum dos Serviços e Servidores Públicos de Goiás. A tendência é que outras categorias também possam deliberar por greve e desta forma na reunião se construa uma agenda coletiva de greve.
“Quarta-feira vamos ter uma reunião do Fórum dos Servidores Públicos, porque vamos unificar a luta dos professores com o de outras categorias, nós vamos fazer uma tarefa só. Então na reunião vamos definir uma agenda coletiva”, destaca Bia de Lima.