Em entrevista ao Blog do Badiinho, o promotor de Justiça do Meio Ambiente de Catalão, Dr. Roni Alvacir Vargas, falou sobre duas pautas relevantes para a cidade: a preservação da água e o andamento da ação judicial sobre o “cheiro de barata”. A primeira foi discutida em alusão ao Dia Mundial da Água, comemorado no último sábado (22). A segunda envolve um problema que ainda causa incômodo a moradores de diversos bairros de Catalão.
Leia também:
-MPGO segue apurando responsabilidade por “cheiro de barata” em Catalão
Ministério Público atua para proteger recursos hídricos
O promotor lembrou que Catalão é cercada por rios importantes, como o Corumbá, o Veríssimo e o São Marcos. Por isso, proteger as nascentes e os cursos d’água é fundamental. Ele explicou que, nos últimos anos, o país tem enfrentado estiagens mais severas, o que reforça a necessidade de uso consciente da água.
Além disso, o Ministério Público mantém diversas ações voltadas à preservação ambiental. Entre elas, está uma ação civil pública ajuizada em 2019 contra duas mineradoras e o Estado de Goiás. O objetivo é controlar o uso da água por essas empresas. Segundo Dr. Roni, a atividade mineral consome grande volume de água e, por isso, deve seguir critérios rígidos de recirculação.
Além disso, a ação pede que o Estado classifique os rios da região. Essa medida vai definir quais usos são permitidos em cada trecho dos cursos d’água, garantindo equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação ambiental.
MP também fiscaliza crescimento de loteamentos
Outro ponto abordado pelo promotor envolve o crescimento do setor imobiliário, tanto na cidade quanto no campo. Ele destacou que o Ministério Público acompanha todos os projetos de parcelamento do solo urbano e rural.
De acordo com ele, muitos proprietários iniciam loteamentos em áreas rurais — conhecidos como chacreamentos — sem buscar as licenças ambientais exigidas. Essa prática é irregular. “A pessoa que inicia um loteamento sem autorização da SEMMAC comete crime ambiental e responde na Justiça por isso”, alertou o promotor.
Portanto, antes de qualquer empreendimento, o ideal é procurar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Catalão (SEMMAC) para receber as orientações técnicas necessárias.
Cheiro de barata continua sem solução definitiva
O promotor também atualizou a população sobre a ação judicial que trata do mau cheiro recorrente em Catalão, popularmente conhecido como “cheiro de barata”. O processo, que começou em 2015, segue em tramitação.
Na etapa mais recente, a juíza responsável intimou a perita técnica Ana Cláudia a responder novos questionamentos com base em documentos apresentados pelas mineradoras Mosaic e CMOC. Segundo o promotor, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo apontou que fluoretos gasosos seriam a causa do odor. Contudo, as mineradoras negam essa responsabilidade.
“Estamos aguardando os esclarecimentos da perita para avançar no processo. Esperamos que ainda em 2025 tenhamos uma decisão da Justiça sobre o caso”, afirmou Dr. Roni.
Embora o processo seja demorado, o promotor ressaltou que o Ministério Público segue atuando com firmeza para garantir qualidade de vida à população e respeito ao meio ambiente.