Embora a fiscalização do serviço não seja atribuição do governo do Estado, Caiado garante que vai acompanhar de perto os investimentos e cobrar os compromissos assumidos pela Equatorial, companhia que vai comandar a distribuição de energia elétrica em Goiás
Em visita a Anápolis, na última sexta-feira (23/09), o governador Ronaldo Caiado falou com otimismo sobre a venda da Enel Goiás e declarou que vai exigir participação do Governo de Goiás na transição para a Equatorial S.A., holding brasileira que vai assumir a distribuição de energia elétrica no Estado. Ronaldo Caiado espera receber nos próximos dias a diretoria da Equatorial para que seja feita uma explanação da companhia sobre os projetos e investimentos previstos para o setor elétrico em Goiás.
“Não vamos baixar a guarda hora alguma. Vou pedir que cumpram o compromisso e que levem energia elétrica para o desenvolvimento do Estado de Goiás”, declarou Caiado.
Questionado sobre a negociação entre Enel Goiás e Equatorial, o governador esclareceu que é uma operação entre duas empresas privadas e que o Estado não tem poder para interferir nos termos da venda. Ainda assim, como chefe do Executivo Estadual, Caiado considera importante que a administração estadual participe da transição a fim de assegurar que não haja problemas na prestação do serviço para a população e setor produtivo goiano.
“É importante que o goiano saiba que o Governo de Goiás não tem mais controle sobre a empresa que distribui energia elétrica em Goiás. Infelizmente, com a venda da Celg, que não pertence mais à administração estadual, essa atribuição passou para a Aneel. Mas nem por isto cruzamos os braços diante dos problemas”, destacou Caiado. “Há cinco anos fizeram essa privatização criminosa (a venda da Celg-D) e impuseram aos goianos todos esses prejuízos”, acrescentou.
Ainda como senador, Ronaldo Caiado apontava os prejuízos da venda da Celg-D para a Enel. Quando assumiu a gestão estadual, passou a acompanhar a prestação do serviço da empresa e fez pressão política para que a Enel cumprisse as metas acordadas com a Aneel.
O governador também liderou movimento com a bancada goiana no Congresso Nacional e conseguiu barrar uma emenda ‘jabuti’ que prorrogaria o prazo para que as metas fossem alcançadas pela Enel. Após descumprir as metas de qualidade por dois anos consecutivos, a italiana acelerou o movimento de venda da operação em Goiás, já que seria aberto o processo de caducidade do contrato.
“Hoje a energia é o maior gargalo para que Goiás possa ter a implementação de novas indústrias e geração de emprego”, frisou Caiado. “Nós queremos a oferta de uma energia que garanta ao consumidor condições de expandir os seus negócios e, ao mesmo tempo, de ter uma energia de qualidade”, assinalou o governador.
Venda
A italiana Enel comprou a Celg Distribuição (Celg-D) em 2016 por R$ 2,2 bilhões, cabendo a Goiás cerca de R$ 1,1 bilhão ou R$ 800 milhões líquidos, porém deixando um passivo de R$ 12 bilhões ao Tesouro Estadual. Com dificuldades em cumprir as metas estabelecidas pela agência reguladora e considerada uma das três piores concessionárias do país, a empresa agora deixa o mercado goiano.
A holding nacional Equatorial (EQTL3) anunciou a aquisição do controle total da Celg-D por um valor total de R$ 7,5 bilhões – sendo R$ 5,7 bilhões em dívidas assumidas e aproximadamente R$ 1,6 bilhão em pagamento. A empresa já opera em Alagoas, Maranhão, Pará, Piauí, Amapá e Rio Grande do Sul.
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