O Partido Liberal (PL) decidiu não apresentar recurso contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), que afastou a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). A medida foi confirmada na noite de segunda-feira (14) e aconteceu após a reaproximação de Caiado com o ex-presidente Jair Bolsonaro, presidente de honra do PL.
Declaração de apoio a Bolsonaro mudou os rumos
Durante um ato em São Paulo, Caiado defendeu a anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Essa proposta beneficia diretamente Bolsonaro. No evento, o ex-presidente citou o risco de inelegibilidade de Caiado. Além disso, afirmou que atuaria para conter a ofensiva do PL goiano — o que acabou se concretizando.
Lideranças costuraram acordo político
O advogado do partido, Leonardo Batista, explicou que a desistência do recurso foi negociada entre lideranças. Participaram do acordo o senador Wilder Moraes, presidente estadual do PL; Fred Rodrigues, candidato derrotado à prefeitura de Goiânia; Caiado; e o prefeito eleito da capital, Sandro Mabel (UB).
União da direita busca estabilidade, mas 2026 segue incerto
O objetivo principal foi promover uma trégua entre as lideranças da direita em Goiás. Apesar disso, ainda não há consenso sobre as eleições de 2026. O PL reafirma a intenção de lançar candidato próprio ao governo estadual. Enquanto isso, Caiado tenta consolidar o nome de seu vice, Daniel Vilela (MDB), como seu sucessor. Ele próprio trabalha para disputar a Presidência da República.
Fred Rodrigues teria comunicado a decisão a Caiado durante a negociação. Até então, circulavam rumores de que o recurso estava sendo preparado pelos advogados do PL.
Entenda o caso
O PL acusou o governador de usar a estrutura do governo para favorecer Sandro Mabel e sua vice, Coronel Cláudia Lira, nas eleições de 2024. Em primeira instância, a juíza Maria Umbelina Zorzetti condenou os três à inelegibilidade por oito anos.
No entanto, no dia 8 de abril, o TRE-GO reverteu a decisão. Os desembargadores reconheceram que houve abuso de poder econômico, mas consideraram a punição exagerada. Eles substituíram a inelegibilidade por multas: R$ 60 mil para Caiado, R$ 40 mil para Mabel e R$ 5,3 mil para Cláudia.