spot_img
InícioNotíciasSecretário de Meio Ambiente em nota à imprensa esclarece...

Secretário de Meio Ambiente em nota à imprensa esclarece esvaziamento de represa

Peixes 2Populares se arriscam na represa para capturar peixes 

Na manhã desta sexta-feira, 27, o jornal Bom Dia Goiás, da TV Anhanguera, levou ao ar matéria que fala da grande quantidade de peixes mortos com o esvaziamento da represa próximo ao Cesuc.

Várias pessoas se arriscaram na lama para levar os peixes para a casa. Muitos peixes mortos estão as margens da represa.

Peixes 1Muitos peixes pequenos ficaram presos na lama e morreram.

A decisão de esvaziamento da represa veio como medida de prevenção de um desastre, já que havia um grande risco de a barragem ceder. Valas foram feitas para o esvaziamento total da represa. O Corpo de Bombeiros esteve no local e, com a ajuda de voluntários, realizaram o resgate dos peixes. Porém, muitos peixes pequenos ficaram presos na lama e morreram.

Após a exibição da matéria, o secretário de Meio Ambiente de Catalão, Marcelo Mendonça, enviou nota a toda a imprensa para esclarecer o caso. Leia a nota na integra:

Peixes 3Secretário de Meio Ambiente Marcelo Mendonça 

Houve omissão por parte do poder público ao deixar moradores realizarem pesca no local e logo em seguida aparecerem tantos peixes mortos?

Em momento algum a pesca foi permitida, principalmente a que caracteriza por predatória. Há muito tempo a legislação proíbe a pesca com uso de apetrechos de pesca predatória. Inclusive a equipe de fiscalização realizou apreensão de equipamentos de pesca predatória utilizados por populares em horários diversos, incluindo-se horários à madrugada e à luz do dia. Portanto, a pesca não foi autorizada pelo poder público.

Sobre os peixes mortos, mesmo com a passagem de milhares de peixes pelos canais abertos para drenagem da água, além do resgate de uma a duas toneladas de peixes, seria ainda esperado que a retirada da totalidade de peixes ocorrentes num corpo d´água de nove hectares de espelho d´água, seria praticamente impossível. Mesmo com atuação de equipe resgatando peixes em horários diversos, inclusive com apoio de pessoal do Batalhão de Corpo de Bombeiros e uso de equipamentos que aumentavam a eficiência da coleta, seria de se esperar que restasse algum peixe.

Não foi possível retirar mais peixes? O que houve? Faltou equipamentos? Mão de obra? Ou foi retirada a quantidade prevista? Qual a quantidade de peixes retirada do reservatório?

Foram desenvolvidas atividades de resgate por equipes da SEMMAC em diversos dias, inclusive com ou sem apoio do corpo de bombeiros. Os trabalhos foram executados dentro do previsto de salvar o maior número de peixes possível. O número de peixes que permaneceram ou que morreram não chegam a um por cento da quantidade de peixes que seguiu pelos canais de drenagem abertos ou foram resgatados. Houve populares que auxiliaram no resgate mas também houve ação, definitivamente não autorizada pela equipe de fiscalização, de pessoas que agiram por conta própria no intuito de coleta para consumo próprio quando na ausência da fiscalização ambiental.

Foi realizado resgate de uma a duas toneladas de peixes que viviam na represa, sendo TODOS de espécies exóticas (Inseridos pela população). Tem-se como exemplo: Tilápia (africana), Tucunaré (Predador amazônico), Matrinchã, Piranha, Traira.

A soltura dos peixes resgatados foi realizada na mesma drenagem. A soltura em bacia diferente, esta sim seria atividade que configuraria crime ambiental.

Esses peixes foram deixados propositalmente para morrerem na represa sem água?

Não. Não houve intenção de deixar peixes no corpo d´água. As ações de resgate visaram a retirada do maior número de peixes possível. Mesmo com a redução do volume de água, ainda não foi possível o esgotamento total. Portanto, a represa não está sem água. O fluxo d´água ainda permanece, e agora circulante. Anterior ao esvaziamento havia água estagnada (ambiente lêntico), sendo um ambiente aquático com menor quantidade de oxigênio que o atual. Diante do grande volume de água existente anteriormente, o ambiente apresentava um quantitativo de peixes compatível com o mesmo. Com o esvaziamento, o volume de água reduziu, o que proporcionou também a redução do espaço para os peixes restantes proporcionando condição favorável à ação de resgate. Para populares pescadores tornou-se uma condição de pesca fácil, assim os mesmos entraram na água para capturar os peixes com apetrechos de pesca predatória, contribuindo com o stress dos mesmos.

Foi observado durante resgate que quando se colocava o barco na água havia atividade intensa de saltos de peixes. Nas manhãs dos dias que iniciou-se a redução do volume d´água da represa notava-se que alguns peixes estavam mortos no barro. Desta forma, a fiscalização passou a investigar e tomar conhecimento da ação de pescadores que atuavam com apetrechos de pesca predatória no horário noturno. Foram então realizadas ações ao longo de período noturno, havendo inclusive apreensões de tais equipamentos.

Já não era previsto que haveria diminuição de água no local e que consequentemente isso geraria stress, o que levaria a morte?

Sim. Era previsto que haveria diminuição de água e este foi o objetivo do esvaziamento, visando um desastre a qualquer momento, principalmente com a chegada do período chuvoso, quando o volume d´água no reservatório aumentaria e exerceria pressão no barramento podendo causar seu rompimento e consequente lançamento de um grande volume de água na formação florestal do Parque Municipal do Setor Santa Cruz, represa do clube do povo, e esta, se sustentasse a chegada do enorme volume de água, passaria a inundar toda a avenida Raulina Fonseca Paschoal, a qualquer momento, atingindo quatro escolas, terminal de ônibus, comércio, residências, veículos e, principalmente, pessoas. Este sim, seria um stress inimaginável, de proporções catastróficas.

Independente do horário, a secretaria de meio ambiente não fez uma previsão de que haveria pesca predatória?

Foram feitas várias previsões e o trabalho preventivo foi realizado com toda a estrutura disponível, haja vista as inúmeras atribuições desta secretaria. Entretanto, a previsão que nos levou a tomar a medida de esgotamento do lago artificial foi a possibilidade real e eminente de um desastre ambiental com a possibilidade de inúmeras mortes humanas na cidade de Catalão.

Imagens: TV Anhanguera 

Badiinho Filho
Badiinho Filho
Blogueiro há 15 anos, proprietário da empresa Badiinho Publicidades, e também repórter de rádio e televisão na emissora Cultura FM 101,1, em Catalão-GO.

- Anúncio -

Inscreva-se para Ficar por Dentro das Novidades!

spot_img

- Anúncio -