Após o Ministério do Trabalho pedir a interdição do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) devido à falta de medicamentos e insumos, o secretário estadual de Saúde, Leonardo Vilela, afirmou, nesta quarta-feira (26), que a unidade funciona normalmente. Ele ressaltou que não há risco de interdição.
“O hospital funciona na mais absoluta normalidade, com 95% de ocupação, todos os 57 leitos de Unidade de Terapia Intensiva ocupados e a lavanderia funcionando sem problemas, lavando 5 toneladas de roupas por dia”, relatou.
A Superintendência Regional do Trabalho no Estado de Goiás (STRE/GO) pediu, na segunda-feira (24), a interdição das atividades médicas, de enfermagem e farmacêuticas do hospital após uma auditoria. Segundo o documento, a unidade sofre com falta de medicamentos e insumos que “colocam em risco grave, iminente e recorrente” a vida dos profissionais que atual no local.
Uma enfermeira afirmou que faltam antibióticos, remédios como dipirona, soro, seringa e agulhas. O problema, segundo o relato, gera até mesmo “cancelamento de cirurgias”. Além disso, quando não há um item específico, eles tentam ajudas para outro similar.
Sobre a falta de insumos registrada, o secretario definiu como um problema pontual. “Problemas pontuais existem, mas os medicamentos foram comprados na segunda feira, parte deles já chegou e o restante chega até sexta”, disse.
O secretario completou ainda que houve um exagero nos relatos feitos sobre os problemas da unidade. “O clima eleitoral exacerba a situação. As declarações feitas não condizem com a situação que encontramos nessa visita”, afirmou.
Irregularidade de repasses
Para discutir os problemas da unidade, integrantes de vários órgãos participaram, na tarde de segunda-feira (24) de uma audiência com o Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO).
Na ocasião, o diretor administrativo da instituição, Franco Monteiro Xavier, disse que o hospital tem um déficit mensal de R$ 2 milhões. Segundo ele, o problema acontece devido à “irregularidade nos repasses pelo Estado de Goiás” para a Instituto Gerir, Organização Social (OS), que administra o Hugo. De acordo com Xavier, a situação provoca um déficit de R$ 14 milhões ao longo do ano.