Pessoas que tomaram a vacina de dose única da Janssen passarão a receber uma aplicação extra no Brasil. A decisão foi anunciada pelo Ministério da Saúde em coletiva desta terça-feira (16). Segundo a Pasta, há estoque suficiente para garantir o reforço, que deve ser tomado a partir de dois meses após a primeira aplicação.
“Da vacina da Janssen, o quantitativo aplicado no Brasil foi pequeno. No início, a recomendação era que fosse de dose única. Hoje sabemos que é necessária essa proteção adicional”, afirmou o ministro Marcelo Queiroga. A indicação veio da própria farmacêutica. Nos Estados Unidos, a agência de saúde americana já autorizou a aplicação da segunda dose do imunizante da Janssen em maiores de 18 anos.
“Eles vão tomar a segunda dose do mesmo imunizante. Como temos quantitativos, não vai ser um esforço muito grande. Completados cinco meses da segunda dose, [a pessoa] receberá uma dose de reforço, preferencialmente com uma vacina diferente”, detalhou Queiroga.
No Brasil, técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e representantes da farmacêutica ainda discutiam a possibilidade de alterar a bula. No fim de outubro, a Anvisa afirmou que a medida só seria autorizada depois de apresentação de dados como “resultados de imunogenicidade e segurança em voluntários que participaram da pesquisa”. A Janssen deve entregar até a próxima semana os estudos, informou a Anvisa.
Mesmo com a pendência, a Pasta adiantou como será o esquema para os brasileiros imunizados com a Janssen, com base em uma estratégia de saúde off label. “Embora esteja na Anvisa uma dose única, compete a nós as definições”, disse a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid, Rosana Leite de Melo.
O intervalo entre as aplicações será de dois meses. As primeiras doses da vacina começaram a ser aplicadas no Brasil entre junho e julho. Portanto, o intervalo já foi cumprido, nesses casos. Ainda assim, o Ministério da Saúde considera o atraso “dentro do tempo esperado”, afirmou Rosana.
A Janssen fechou contrato com o Ministério da Saúde para fornecimento de 38 milhões de doses até o fim de 2021. Em junho, o Brasil havia recebido mais de 1,5 milhão de vacinas do laboratório. No início de novembro chegou mais 1 milhão de doses, e a expectativa da farmacêutica é entregar 7,8 milhões de unidades até o fim do mês. Os 28,4 milhões restantes ficam para dezembro.
Publicado por Badiinho Moisés/Com informações do R7